
"Burocracia" expressão pesante no cotidiano do brasileiro depois da vinda da coroa real para o novo mundo, praticamente uma "tradição lusa". No entanto, não só Portugal tem suas cotas burocráticas, por exemplo a Itália tem sua bela parcela. Massimiliano Allegri então...um burocrata de primeira. Seguiu tanto a cartilha que se afundou com ela. Defensivo, pragmático e anêmico, o capítulo final poderia ser diferente!
Tal qual "um Titanic" a embarcação Juve foi de encontro com um iceberg, mas com uma diferença, ao contrário da maior tragédia marítima, a montanha de gelo era holandesa e já tinha dado o aviso, deu o ar da graça com uma semana de antecedência. Só Allegri - de tão triste- não viu.
Os amesterdanêses deram um grande cartão de visitas. O jogo de ida, no Johan Cruijff Arena na quarta passada foi uma aula de futebol dos holandeses, só não venceram por mais de 2-1 por incompetência própria - uso essa expressão por falta de uma melhor.
Como um aviso de despejo, o Ajax alertou a Juventus, que graças a burocracia (ou burrocracia, como queira o leitor) viu a principal meta da temporada escorrer pelos dedos, desaparecer no horizonte. Agora, mais do que nunca, parafrasear aquele "nobre" deputado se faz necessário: a Juventus dentro da Itália é um "tigrão", já na Europa...você sabe bem!
A notícia não é triste só para a squadra bianconera, é ruim para o Calcio também, que mais uma vez viu seu maior representante cair cedo na Champions e vai passar mais um ano no jejum de títulos - a última equipe italiana campeã da UCL foi a Inter em 2009-10, olha a situação.
Allegri, que possivelmente ganhará mais um título italiano nesse final de semana, foi sim um dos maiores culpados pela eliminação. Veja bem, você está perdendo dentro de casa e precisa chegar ao gol, na cabeça do toscano a lógica de procurar a rede não fazia sentido, logo, recuava o time. Tinha peças, como o pequeno e bravo Kean, e não utilizou, morreu abraçado numa filosofia que custou caro!
Na somatória de tudo, é evidente que a Juventus perdeu a maior chance de conseguir faturar a orelhuda. Hoje os maiores expoentes no continente como o Real, já eliminado, e o Barça não apresentam perigo a ninguém, havia espaço.
Sim, penso que conjuguei bem o verbo, "havia", não há mais. Na próxima temporada o Real deverá voltar com força máxima, comprando tudo que vê pela frente. Pode dar tudo certo, ou pode dar igual o Neymar no PSG, tudo errado.
Separando "alhos e bugalhos", como diria meu nonno, Allegri terá que sair - Guardiola pode chegar - tanto o toscano, como a Juventus precisam de um tempo, pois quando a Juve tinha a maior possibilidade de abocanhar o mais alto posto da Europa, resolveu ficar "banguela".
Ennio RIcanelo, colunista "Cannoli, Vino e Calcio".
Ps: Para você que vai me perguntar sobre a meritocracia do Ajax - que realmente existiu - devo ressaltar que essa coluna é "Cannoli, Vino e Calcio", não "Moinho, Tulipas e Leão".
Un abbraccio ed alla prossima!